15/12/2009
Por Fausto Fagioli Fonseca
Você já deve ter ouvido que praticar um esporte como a corrida pode ajudar na melhora física e mental. Já deve ter ouvido também que a atividade física dá aquela sensação de bem-estar logo após a sua prática. Isso tudo tem explicação científica. Trata-se da endorfina.
O termo endorfina se origina das palavras endo (interno) e morfina(analgésico), e trata-se de um neuro-hormônio endógeno (produzido pelo próprio corpo), da glândula hipófise. A endorfina traz vários benefícios para o nosso corpo, como aumento de disposição, melhora no sistema imunológico e alívio de dores.
“A endorfina é o que chamamos de neurotrasmissor, ou seja, é uma substância produzida pelo cérebro através do estímulo de exercícios físicos aeróbios, que modula dor e estresse. Regula a utilização de carboidratos como forma de energia, estimulando a queima de gordura corporal como forma de energia”, explica Páblius Staduto Braga da Silva, médico do esporte do Hospital 9 de Julho, que completa.
“Sua liberação através do esporte propicia o aumento da disposição física e mental, dá a sensação de bem-estar, alivia as dores, melhora a resistência física e a tolerância ao esforço fisico, melhora o humor etc”.
A corrida e a endorfina
Por mais cansativo e doloroso que tenha sido o treinamento, ou até mesmo a prova, é comum que os corredores, logo após terminarem o exercício, sintam uma sensação de satisfação, de alegria. Isso também se explica cientificamente.
Um estudo recente da Universidade de Bohn, na Alemanha, analisou o cérebro de 10 corredores antes e depois de uma corrida de duas horas de duração. Imagens captadas da região mostraram áreas ligadas à emoção que foram ativadas por causa da liberação da endorfina. Os participantes da pesquisa relataram ainda que, após o término da atividade, sentiram um aumento de euforia e de bem-estar.
“A corrida ajuda sim na liberação de endorfina, principalmente por ser uma atividade aeróbia, ou seja, de média intensidade e de longa duração. Após 30 minutos de atividade o corpo começa a liberar este hormônio, que está ligado à sensação de prazer por causa da ação cerebral.”, comenta Staduto.
A endorfina vicia?
Depois que começam a correr, muitos atletas dizem que não conseguem mais parar. E ainda vão além, se dizem “viciados” pela atividade. Isso é natural, já que uma vez que o organismo se acostuma com as boas sensações geradas, isso gera uma espécie de dependência, ou seja, o corpo sente falta das substâncias liberadas pelo exercício, como a própria endorfina.
“A prática de atividades promove a liberação dessa substância, que é uma espécie de ´droga natural´. Por ser produzida pelo próprio organismo, a endorfina é benéfica e funciona como um anestésico natural, que diminui a dor após uma determinada carga de exercícios”, afirma Maurício Pires de Albuquerque, psicólogo clínico e esportivo e professor de Psicologia Esportiva do IEFD/UERJ.
“De certa forma, podemos dizer que a endorfina é viciante sim, já que a falta do exercício físico por alguns dias, quando se está em um treinamento, pode levar à sensação de desconforto, mau-humor e cansaço. Prontamente as boas sensações retornam após reiniciar o programa de treinamento. É o ´sentir falta do exercício´”, completa Staduto.
Fonte: www.02porminuto.com.br
11/12/2009
Pela primeira vez, a medicina conseguiu descrever o impacto provocado pelo uso de esteroides anabolizantes no coração e no cérebro. Em um estudo que teve duração de quatro anos, a cardiologista Janieire Alves, da Unidade de Reabilitação Cardíaca e Fisiologia do Exercício do Instituto do Coração, de São Paulo, avaliou 40 homens com idades entre 18 e 40 anos que assumidamente se automedicavam com doses regulares dessas substâncias havia dois anos. Essas drogas imitam o hormônio masculino testosterona e são usadas com a finalidade de aumentar a massa muscular e reduzir a fadiga.
Os prejuízos ao corpo são impressionantes. “Os usuários apresentam um risco cinco vezes maior de ter acidente vascular cerebral, parada cardíaca ou morte súbita do que a população em geral”, afirma a médica Janieire. As conclusões do trabalho serão publicadas em maio de 2010 pela mais renomada revista científica de medicina do esporte, a “Medicine & Science in Sports & Exercise”, do American College of Sports Medicine. “É um avanço mundial no conhecimento sobre a utilização desses compostos”, afirma Carlos Eduardo Negrão, que participou da pesquisa.
Os voluntários do estudo foram submetidos a testes de sangue e a exames para medir a capacidade pulmonar e cardíaca de oxigenar o corpo a cada quatro meses. Porém, essa exigência reduziu o número final de participantes. Só 12 fizeram todos os testes. Além disso, dois tiveram morte súbita e um ficou com câncer de fígado. Os exames revelaram uma preocupante redução do colesterol bom (HDL) e o aumento do ruim (LDL) e dos níveis de pressão arterial (leia mais no quadro), o que eleva o risco de entupimento dos vasos sanguíneos cerebrais e do coração.
A cardiologista Janieire também identificou uma intensa mudança no ritmo do sistema nervoso simpático, que regula a contração dos vasos, a aceleração dos batimentos cardíacos e a concentração do hormônio noradrenalina no sangue. Essas modificações aumentam o esforço do coração para bombear o sangue. “Há casos em que os músculos e áreas do próprio coração recebiam apenas 40% do sangue necessário”, diz a cardiologista.
A associação dessas alterações aumenta as chances de insuficiência cardíaca precoce. O que os pesquisadores não conseguiram saber é se esses efeitos são reversíveis, com a interrupção do uso. “Não foi possível ter essa resposta porque os voluntários voltavam a tomar as substâncias quando sentiam uma perda de massa muscular”, lamenta Janieire.
www.istoe.com.br
11/12/2009
Declínio aumenta após os 45 anos, afirma estudo
O envelhecimento ativo conduz a uma vida saudável.
Pesquisa publicada na revista Archives of Internal Medicine afirma que homens e mulheres tornam-se gradualmente menos condicionados com o passar do tempo e a queda de condicionamento cardiorrespiratório se acelera rapidamente após os 45 anos.
O declínio foi maior em homens do que em mulheres. Cientistas estudaram 3 429 mulheres e 16 889 homens dos 20 aos 96 anos entre 1974 e 2006. Os resultados mostraram, entretanto, que manter-se ativo, manter o índice de massa corporal (IMC) dentro da faixa tida como normal e não fumar estão associados a níveis mais altos de condicionamento cardiorrespiratório.
O IMC é um padrão internacional que avalia o grau de obesidade.
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08/12/2009
Quer ganhar massa muscular? Coma proteína... moderadamente
30 g aumentam a síntese de proteínas do músculo em 50%; será que 90 g aumentariam ainda mais?
O melhor é comer uma quantidade moderada de proteínas
Por anos acreditou-se que comer grandes quantidades de proteína faria os músculos crescerem mais. Mas um estudo da Universidade do Texas, EUA, acaba de mostrar que o melhor para ganhar massa muscular é comer uma quantidade moderada de proteínas.
Apenas 30 g do nutriente em uma refeição é suficiente para produzir musculatura. “Já sabíamos que o consumo de 30 g de proteína aumenta a síntese de proteínas do músculo em 50%, tanto em jovens quanto em adultos. Nos perguntamos: será que 90 g aumentaria a síntese ainda mais?”, disse Douglas Paddon-Jones, autor do trabalho publicado na revista Journal of the American Dietetic Association.
Os resultados da pesquisa mostraram que o consumo de 90 g de proteína leva à mesma produção de músculo que a ingestão de 30g. “Geralmente, as pessoas comem pouca proteína no café da manhã, um pouco mais no almoço e um monte no jantar, o que significa que elas não estão ingerindo, ao longo do dia, as quantidades recomendadas para produzir massa muscular. À noite, comem proteína em excesso, ela é oxidante e pode se transformar em gordura.”
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06/11/2009
Monitores cardíacos de equipamentos de academia não são precisos
Especialistas dizem que os resultados podem levá-lo a fazer exercício em um nível perigoso
Cuidado com os frequencímetros
Os frequencímetros que permitem aos usuários de academia monitorar o seu nível de atividade física frequentemente levam a uma margem de erro maior que 20%, revelou estudo da Universidade Brunel, Reino Unido.
Hoje, boa parte dos equipamentos aeróbios, como esteira, step, elípticos e bikes são equipados com esse acessório. Basta ao usuário segurar na máquina ou usar uma cinta para que ela leia a freqüência cardíaca e o aparelho calcule o número de calorias gastas, a distância percorrida e a intensidade do exercício.
Especialistas afirmam que uma discrepância de 20% na freqüência cardíaca dá ao usuário uma ideia errada de quanto o coração está trabalhando naquele momento. Um exemplo: uma esteira que informa uma mulher de 50 anos que os seus batimentos estão em 110 por minuto sugere que ela está em uma faixa de 65% da FC máxima, o que seria um nível de exercício adequado para alguém daquela idade que quer melhorar o condicionamento em um grau de esforço confortável. Mas 20% de erro significaria que para o mesmo exercício os batimentos estariam em uma faixa de 144 por minuto, ou seja, ela estaria se exercitando a 85% da FC máxima, nível que pode levar a problemas, principalmente para alguém que recém começou a se exercitar ou que tem histórico de doenças cardíacas na família.
“Pessoas cardíacas ou grávidas costumam monitorar a frequência de perto. Se uma pessoa tem pressão alta ou problemas do coração e o frequencímetro é inacurado, pode ser perigoso”, diz Emma Ross, autora da pesquisa.
Fonte: www.sportlife.com.br
08/06/2009
Massagem depois do exercício não traz benefícios
Segundo pesquisa canadense, prática não só não ajuda, como atrapalha fluxo de sangue no músculo
Massagem após o treino pode prejudicar fluxo de sangue ao músculo
Pesquisa da Universidade Queen, Canadá, parece derrubar o mito de que fazer uma sessão de massagem depois do treino traz uma série de benefícios. Os cientistas não apenas encontraram que a massagem não aumenta o fluxo de sangue para o músculo, como prejudica o sangue de chegar lá.
E mais: a massagem não ajuda a remover o ácido láctico e outros dejetos dos músculos, crença comum entre massagistas. O ácido láctico é um sub-produto da atividade muscular e o que causa a sensação de que o músculo está “queimando” durante uma sessão de exercício intensa.
Eles acompanharam 12 homens que fizeram uma série de exercícios isométricos por 2 min. e fizeram massagem depois disso. Aqueles que se submeteram a uma sessão imediatamente após o treino apresentaram um fluxo de sangue ao músculo prejudicado.
“O estudo não passa uma mensagem anti-massagem, só que não espere que ela faz esses milagres que anteriormente se acreditava”, disse Michael Tschakovsky, autor do trabalho.
Fonte: www.sportlife.com.br
11/06/2008
Você sabia que não há comprovações científicas de que os alongamentos estáticos, feitos antes do treinamento, protejam realmente o corpo contra as lesões?
Alongamento
Não é raro ver nos parques, academias e ruas atletas amadores e até profissionais alongando-se antes dos treinos e provas. Até aí, nada de errado, dizem alguns especialistas, não fossem esses exercícios quase todos estáticos. “Não existe nenhuma boa razão para realizar o alongamento estático antes de qualquer atividade física. Além disso, eles prejudicam o desempenho do atleta”, afirma Ercole Rubini, fisioterapeuta, professor de educação física e coordenador do laboratório de fisiologia do exercício na Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro.
Recentemente, Rubini apresentou, em congresso americano sobre esportes e medicina, resultados de estudos que comprovam que o alongamento muscular feito antes das atividades pode diminuir o desempenho do atleta em até 12%. Em sua pesquisa, o fisioterapeuta avaliou 18 homens ativos, que depois de realizar ou não o alongamento mediram forças em um aparelho isocinético: “É claro que, na ciência, nenhum resultado deve ser considerado definitivo, mas minhas respostas coincidem com a de outros estudos. A diferença é que eu pude utilizar nos testes um aparelho altamente confiável”.
Ainda segundo o professor da universidade carioca, alguns mecanismos fisiológicos podem explicar a queda no rendimento do atleta que pratica exercícios de alongamento estático antes de treinar ou competir. Um deles é a de redução de pontes cruzadas nos sarcômeros (unidade contrátil básica do músculo), o que prejudica a contração muscular. O outro é a perda da capacidade de excitação dos motoneurônios alfa, que são justamente os neurônios responsáveis por enviar o sinal para a retração dos músculos.
Lesões
Em nome da boa saúde, a queda no desempenho do atleta provocada pelo alongamento estático realizado antes do treino até poderia ser justificada. No entanto, escreveu Rubini, em artigo publicado na Sports Medicine, essa prática não é capaz de prevenir as lesões musculares.
O aumento do fluxo sanguíneo nos músculos é outro benefício atribuído erroneamente aos exercícios de alongamento estático. “Durante o alongamento, os vasos sanguíneos que são responsáveis por irrigar o músculo, têm seu calibre reduzido e conseqüentemente, o fluxo sanguíneo para esse músculo diminui”, diz Rubini.
Embora não haja nenhuma comprovação científica, alguns pesquisadores e especialistas em saúde esportiva já trabalham inclusive com a hipótese de que os exercícios de alongamento estático antes do treino aumentam as chances de o atleta vir a sofrer de lesões musculares.
Criação dos mitos
A falta de pesquisas sobre o assunto faz com que ainda hoje haja discordância e muitos desencontros no que é recomendado por especialistas aos atletas e esportistas.
Para Ercole Rubini, esses desencontros e reavaliações fazem parte da evolução da ciência. “A educação física, como outras ciências, está em constante evolução. Algo que hoje é considerado verdadeiro, amanhã pode não ser. A não-prescrição de treinamento de força para idosos ou cardiopatas, há 10 anos, mostra isso. Hoje, sabemos que, além de normal, esses exercícios são indispensáveis para esses grupos de pessoas”, afirma o fisioterapeuta. No entanto, para evitar problemas mais sérios, alerta ele, é imprescindível que os profissionais que atuam nessa área se mantenham sempre atualizados. Só assim os novos conceitos serão disseminados e incorporados à rotina dos esportistas.
Conhece os reais benefícios dos movimentos de alongamento? Entenda melhor a opinião de profissionais do esporte sobre o que se deve ou não fazer
Alongamento
Atualmente, o único malefício atribuído à prática dos alongamentos estáticos pré-treinamento que realmente tem comprovação científica é a queda no desempenho. “O efeito prejudicial acontece imediatamente após a sua realização. A longo prazo, o alongamento estático, quando feito corretamente, só beneficia o rendimento”, descomplica Rubini.
A sensação de bem-estar e relaxamento propiciada pelos exercícios de alongamento é sem dúvida uma das suas principais virtudes. Isso graças ao poder dessas atividades de diminuir a tensão passiva nos músculos. Além disso, o alongamento também é uma excelente maneira de ganhar maior amplitude de movimentos, fator indispensável em esportes como a ginástica olímpica, por exemplo.
Certas divergências
Marcelo Gomes Barroso Abrantes, 28 anos, professor de educação física e lutador de muay thai e boxe, começou a treinar em 1994. De lá para cá, faturou títulos como os de campeão sul-americano de muay thai, campeão brasileiro de boxe chinês e bicampeão estadual de boxe olímpico.
A rotina diária de treinos do atleta é de quatro horas, duas na parte da manhã e duas à noite. Antes de cada sessão, Abrantes não abre mão dos alongamentos: “Realizo, em média, 15 min de alongamentos antes de me aquecer e 25 min após treinar”.
Ao contrário do recomendado por Ercole Rubini, o professor de educação física admite realizar exercícios de alongamentos estáticos antes do treino. “O alongamento estudado é na verdade um trabalho de flexibilidade, que gasta a energia do músculo e, por isso, diminui o desempenho. No entanto, se os esportistas fizerem um alongamento simples antes de treinar, vão prevenir lesões e o gasto energético será tão pequeno que não afetará no desempenho do atleta”, acredita Abrantes, que ainda pratica aulas de alongamento 3S (Scientific Stretching for Sports, que pode ser traduzido em português para Alongamento Científico para os Esportes), que segundo ele é recomendado apenas para atletas que querem ou precisam aumentar a flexibilidade corporal.
Para aumentar ainda mais a polêmica, Turíbio Leite Barros Neto, médico fisiologista e coordenador do Cemafe (Centro de Medicina da Atividade Física e do Esporte), órgão ligado à Reitoria da Universidade Federal de São Paulo, afirmou recentemente em uma
de suas palestras que o correto é mesmo alongar os músculos antes dos treinos: “Depois dos exercícios, os músculos ficam enfraquecidos e podem apresentar pequenas lesões. Assim, os alongamentos feitos logo após os treinos podem aumentar as chances de o atleta vir a sofrer de lesões mais graves”.
Ainda segundo o médico, os alongamentos não deveriam ser vistos apenas como exercícios de pré ou pós-treinos, mas como programas continuados de flexibilidade, aos quais as pessoas deveriam dedicar mais tempo e atenção.
Fazer ou não
Enquanto a divergência de quando e qual alongamento é o mais aconselhado continua, a certeza de que esses exercícios são vitais para minimizar os impactos sofridos pelo corpo durante as atividades físicas e para a manutenção da boa flexibilidade corporal é sustentada por todos os profissionais da área da saúde esportiva.
Assim, antes de tomar qualquer decisão, converse com o seu orientador físico ou fisioterapeuta e busque, com ele, o treinamento mais adequado a você e às suas expectativas. “Muitos conceitos ainda podem ser modificados na educação física, mas sem dúvida, o maior risco da atividade física é não começar. Nada é mais perigoso do que o sedentarismo”, conclui Ercole Rubini.
Fonte: www.sportlife.com.br